agora ardem as palavras pela noite e os teus olhos mortos viver é estar neste país com um poema em
cada mão ouvindo os melros cantar
quando é abril
o teu olhar ficava além do mar quando o sol ao fim
da tarde adormecia sei que vão
recolher-se as aves no interior da tua memória sei que há um nome para todos os
pássaros e provo o mel das montanhas
olhando as águas de um país ainda dividido
o das palavras inquietas e frias
e sei do enigma dos teus olhos mortos sempre que ao longe de nós se afastam
dois poemas que li imensamente belos perfuraram a
noite o tempo que espera a cor dos
teus olhos mortos
hás-de ver como este país despreza os seus poetas e
não terás outro bulício senão o aroma dos seus poemas imensamente belos.
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