terça-feira, 12 de junho de 2012

Os passos de Anisa


agora ardem as palavras pela noite     e os teus olhos mortos     viver é estar neste país com um poema em cada mão     ouvindo os melros cantar quando é abril
o teu olhar ficava além do mar quando o sol ao fim da tarde adormecia     sei que vão recolher-se as aves no interior da tua memória     sei que há um nome para todos os pássaros     e provo o mel das montanhas olhando as águas de um país ainda dividido     o das palavras inquietas e frias     e sei do enigma dos teus olhos mortos sempre que ao longe de nós se afastam
dois poemas que li imensamente belos perfuraram a noite     o tempo que espera a cor dos teus olhos mortos
hás-de ver como este país despreza os seus poetas e não terás outro bulício senão o aroma dos seus poemas imensamente belos.


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