segunda-feira, 25 de junho de 2012






Daniel Augusto da Cunha Faria
Nascido em Baltar, Paredes, a 10 de Abril de 1971.
Poeta e Monge  Beneditino
Deixou-nos uma interessante obra Poética 



Conserto a Palavra

Conserto a palavra com todos os sentidos em silêncio
Restauro-a
Dou-lhe um som para que ela fale por dentro
Ilumino-a


Ela é um candeeiro sobre a minha mesa
Reunida numa forma comparada à lâmpada
A um zumbido calado momentaneamente em exame


Ela não se come como as palavras inteiras
Mas devora-se a si mesma e restauro-a
A partir do vómito
Volto devagar a colocá-la na fome


Perco-a e recupero-a como o tempo da tristeza
Como um homem nadando para trás
E sou uma energia para ela


E ilumino-a

1 comentário:

  1. Gosto muito desta Poesia que descobri há relativamente pouco tempo. É serena e traz-nos uma luz que ilumina bem fundo.

    «O meu projeto de morrer é o meu ofício»
    Daniel Faria (2012), "Poesia", Assírio & Alvim

    Lídia

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