Ao sétimo
Ao sétimo dia começaste por habitar o lugar que marca o limite para um
arco-iris se arcar diante dos teus olhos. Já na velha cidade, pintaste com os
dedos do primeiro sol, o fim das trevas e, afinal, és uma ave feita de todas as
cores.
Não sei donde viste, mas sei para onde vais. Seguirei o fumo duma
chaminé antiga para descobrir o bairro onde nasceste, mas nunca saberei dizer
onde moras, nunca saberei dizer o teu nome. Nem a cor dos teus olhos, nem as
cores do arco-iris, nem mesmo contar o sétimo dia a partir de número algum.
Álvaro de Oliveira
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