… Se as três folhas de rosa permitem remeter simbolicamente para
as três fases da vida, passado, presente e futuro, inscritas nas
«evocações, nos «sonhos» e nos «enigmas» a escolha do número
doze como referência, consciente ou não, para os conjuntos
poéticos dedicados a outrem não deixa de sugerir novas simbologias
(doze meses, doze apóstolos, doze cavaleiros, doze horas, doze
signos) todos apontando à unidade e à perfeição.
Dedica o autor este livro de poemas a quatro poetas da sua geração,
poetas que conheceu e com quem conviveu: Sophia de Mello Bryner
Andresen, Maria Judite de Carvalho, Sebastião Alba e António Ramos
Rosa. Para além da dedicatória relevada na sua própria escolha,
cria o autor um amplo intertexto, com referência à vida e à obra
destes quatro poetas, esclarecendo, em versos carregados de emoção
e sentimento, a grandeza e as vicissitudes das suas vidas.
(…) A proposta do Álvaro de Oliveira obriga-nos a presentificar a
vida e obra dos autores celebrados e a encontrar, em todos eles, um
denominador comum, seja no âmbito ediológico, seja no âmbito
formal. A evocação (mitologicamente, a recordação do bem e da
perfeição) e a sugestão dos sonhos, sejam do eu lírico seja dos
autores convocados, traduz o objetivo final que se concretiza na
busca da «palavra», do amor e da poesia.
*( excerto da apreciação crítica de José Moreira da Silva –
Professor Universitário.
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